O ator e humorista Leandro Hassum manifestou-se publicamente em defesa de Leo Lins, também comediante, recentemente condenado pela Justiça por declarações consideradas preconceituosas proferidas em um espetáculo. Em uma fala contundente, Hassum criticou a decisão judicial e ressaltou a importância da liberdade de expressão no exercício artístico.
"Com essa história toda do Leo Lins, se fosse para criar um slogan, seria: ‘Tudo bem vaiar, mas é covarde condenar’. Porque quando o artista está em cima do palco, ele está se expondo tanto ao aplauso quanto à vaia", afirmou.
Condenação e repercussão do caso
Leo Lins foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão por falas consideradas preconceituosas, registradas em um show de stand-up dele em 2022. Além da condenação, o humorista terá de pagar uma multa correspondente a 1.170 salários-mínimos vigentes na época da gravação, além de uma indenização de R$ 303,6 mil por danos morais coletivos. A decisão ainda cabe recurso.
O discurso de Lins continha declarações ofensivas contra negros, homossexuais, indígenas, nordestinos, evangélicos, judeus, idosos, obesos, pessoas com HIV e pessoas com deficiência.
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Críticas ao sistema judiciário
Hassum também criticou a seletividade do sistema judiciário brasileiro: "Um artista não sobe no palco imaginando que um dia, um país que exerce a democracia, pode condená-lo por sua liberdade de expressão, enquanto tem um bando de ladrão que sobe num palanque — não é palco, é palanque —, fala atrocidades e estão aí, roubando e metendo atestado”.
Leandro Hassum concluiu a manifestação lamentando o cenário político e social do Brasil. "Que triste. Muito triste um país como o Brasil condenar um comediante e deixar solto um bando de ladrão usando gravata", completou.