Nuvem de fumaça das queimadas encobre quase todo o Brasil
Impacto das queimadas afeta qualidade do ar e saúde em várias regiões; previsão de chuva é baixa
Nesta segunda-feira (9), grande parte do Brasil está coberta por uma espessa nuvem de fumaça causada pelas queimadas. Imagens capturadas pelo satélite meteorológico GOES-16, da NASA, em parceria com o Instituto Cooperativo de Pesquisa na Atmosfera (CIRA) e a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), mostram a vasta extensão do problema, que está diretamente ligado ao aumento de casos de problemas respiratórios.
Em São Paulo, a nuvem de fumaça parece formar um manto que cobre o céu, bloqueando a visão do horizonte azul. Mesmo com a fumaça, a temperatura continua alta e a umidade do ar baixa. Sem previsão de chuvas para a maioria das regiões, os efeitos da fumaça tendem a se intensificar. Em algumas áreas do interior, os termômetros podem alcançar 40°C.
Qualidade do ar "insalubre"
A qualidade do ar, fortemente impactada pelas queimadas, caiu drasticamente em várias partes do Brasil. Dados da empresa suíça IQAir, especializada no monitoramento da atmosfera global, mostram que as condições são alarmantes. No mapa da empresa, cores como vermelho e roxo indicam qualidade de ar "insalubre" e "muito prejudicial", respectivamente.
As cidades mais afetadas incluem Rio Branco (AC) e Porto Velho (RO), onde os níveis de poluição atingem níveis críticos. Em capitais como São Paulo, Ribeirão Preto (SP) e Curitiba (PR), a qualidade do ar também é classificada como "insalubre".
Fumaça em todo o Brasil
De acordo com a Climatempo, a fumaça só será dispersada quando houver chuva significativa, o que ainda não está previsto para grande parte do país. Até o momento, há expectativa de precipitação apenas no Sul do Brasil, no extremo sul de São Paulo e na fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai, entre os dias 12 e 15 de setembro.
Recorde de queimadas
O Brasil registrou um recorde alarmante de queimadas em 2024. De janeiro até o último sábado (7), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) identificou 156 mil focos de incêndio, o maior número desde 2010, quando foram registrados 163 mil focos.
Na última quinta-feira (5), um incêndio devastou 10 mil hectares do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. As autoridades investigam se o incêndio foi causado por ação criminosa ou por fatores naturais. Além do Brasil, países vizinhos, como a Bolívia, também enfrentam uma crise de incêndios.