Diante do aumento global de casos de mpox, o Ministério da Saúde estabeleceu um comitê de especialistas para monitorar a situação no Brasil. No último domingo (25/08), o grupo investigou um possível caso de mpox envolvendo um passageiro que desembarcou no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. O imigrante, após atendimento médico, foi isolado em um hotel.

Alexandre Naime, coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia, detalhou em entrevista à CNN os principais aspectos da doença, anteriormente conhecida como varíola dos macacos. Segundo Naime, os sintomas iniciais da mpox são inespecíficos, como febre, dores no corpo e irritação na garganta, podendo ser confundidos com outras infecções virais. No entanto, as lesões de pele que surgem em seguida são o principal sinal da doença, começando como pequenas vesículas que evoluem para feridas e crostas.

Essas erupções cutâneas geralmente aparecem de um a três dias após o início da febre e podem surgir em qualquer parte do corpo, incluindo rosto, mãos, pés, boca, olhos e órgãos genitais. A doença pode durar de 7 a 28 dias e tende a ser benigna em pessoas saudáveis. Porém, em indivíduos imunossuprimidos, como aqueles com HIV avançado, a mpox pode causar complicações graves, como pneumonia e infecções cerebrais.

Naime destacou que a transmissão da mpox ocorre principalmente por contato direto pele a pele, especialmente durante atividades sexuais. A transmissão por gotículas respiratórias em ambientes fechados também é possível, mas não é o principal mecanismo de contágio. 

Ele lamentou a falta de esforços para vacinar populações na África Central, onde a mpox é endêmica, e enfatizou a necessidade de uma abordagem global mais proativa para prevenir futuras crises de saúde.