Pesquisadores brasileiros desenvolvem software para ajudar no combate contra a gripe aviária: "Controle de doenças"
O recurso tem o objetivo de ajudar na investigação de focos de doenças como a gripe aviária, além de buscar evitar a propagação do vírus
Atualmente, muito se fala sobre a gripe aviária, que tem ganhado grandes proporções e preocupado moradores de todo o mundo. No Brasil, o primeiro caso da doença foi confirmado na semana passada no município de Montenegro, no estado do Rio Grande do Sul. No entanto, há algumas tecnologias que podem ajudar os pesquisadores a obterem mais informações para lidar com a doença.
No Rio Grande do Sul, foi desenvolvido um software de geoanálise de pesquisa e tecnologia no combate à gripe aviária. A tecnologia foi feita pelo O Laboratório de Computação Ubíqua, Móvel e Aplicada (Lumac), coordenado pelo professor Alencar Machado, do Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
O software tem o objetivo de ajudar na investigação de focos de doenças como a gripe aviária. Trata-se de um módulo de Geoanálise, que funciona dentro da Plataforma de Defesa Sanitária Animal do Estado do Rio Grande do Sul.
O módulo apresenta funcionalidades para apoio, gestão e tomada de decisão, para evitar o espalhamento da doença. Além das tecnologias, o governo local também adotou medidas de barreiras sanitárias para evitar a propagação do vírus.
Com relação ao software, o professor Alencar Machado demonstrou grande confiança na eficácia deste recurso para apoiar atividades de pesquisa relacionadas à prevenção e ao controle de doenças, incluindo a gripe aviária.
Explicações do especialista
"Nesse caso foi a gripe aviária, mas o software serve para qualquer tipo de doença, porque o protocolo de manipulação ou controle de doenças é o mesmo. A partir do momento em que há um caso positivo, a equipe de gestão do Departamento de Defesa Sanitária Animal entra no software e geolocaliza a propriedade em que foi detectada a doença. A partir disso, no software, eles fazem três raios: de 3 km, 7 km e 15 km. Dentro desses raios, todas as propriedades que têm animais serão vistoriadas, para identificar se a doença está se espalhando", explicou.
"Existe um checklist que eles [os agentes] preenchem e coletam evidências, como fotos e vídeos. É através da tracking das equipes se locomovendo e a coleta desses dados pelo aplicativo que é feito o monitoramento da quantidade de visitas feitas diárias, e se a doença está se espalhando. A gente tem um trabalho colaborativo com a Universidade da Carolina do Norte e um apoio muito grande de uma área estatística de epidemiologistas de lá que entende a dinâmica do espalhamento da doença. Então, esse trabalho em conjunto com eles favorece o nosso entendimento e aumenta a nossa expertise", detalhou.