Mauricio Kubrusly, conhecido por suas marcantes reportagens no quadro Me Leva Brasil, do Fantástico, enfrenta uma batalha contra a demência frontotemporal, diagnosticada em 2016. Aos 79 anos, o jornalista já apresenta limitações severas, como a dificuldade para ler, escrever e reconhecer pessoas.
Sua esposa, Beatriz Goulart, compartilhou detalhes sobre o estado de saúde dele e os desafios de cuidar de alguém nessa condição.
Recomendados para você
“Ele já desligou de saber onde está. Antes a gente andava quilômetros. Agora, caminhamos uns 500 metros, porque ele se cansa”, afirmou Beatriz em entrevista ao jornal O Globo.
O depoimento foi dado no contexto do lançamento do documentário Kubrusly: Mistério Sempre Há de Pintar Por Aí, que celebra sua carreira e trajetória pessoal.
Beatriz destacou as dificuldades enfrentadas nos primeiros anos após o diagnóstico. Ela lembrou que a doença foi inicialmente confundida com Alzheimer e criticou a abordagem de alguns médicos: “Tratavam ele como uma celebridade e não como paciente. Perguntavam da televisão e a gente ficava ‘no escuro’.”
A esposa do jornalista também comentou como a racionalidade de Mauricio Kubrusly o ajudou a lidar com a condição. “Nesse ponto, foi ótimo ele ser ateu, porque não tem Deus para culpar. Ele é bem racional, sabe que isso acontece com muita gente”, afirmou.
Por fim, Beatriz fez uma reflexão sobre como a sociedade encara temas como demência e morte: “A gente não sabe falar sobre demência, não sabe falar sobre a morte, tem vergonha, diz que é para preservar a privacidade das pessoas. Mas eu só penso naquela pichação que fizeram na Rio-92, quando o cacique Raoni e o Sting se encontraram: ‘Ou a gente se Raoni, ou a gente se Sting’.”