Marcão do Povo, apresentador de televisão, foi absolvido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em um caso de racismo envolvendo a cantora Ludmilla. O episódio, ocorrido em 2017, gerou grande repercussão após Marcão ter utilizado a expressão “pobre macaca” durante uma transmissão ao vivo. A fala foi amplamente criticada, resultando na demissão do apresentador do programa "Balanço Geral DF".
A decisão do STJ, proferida recentemente, considerou que as provas apresentadas, incluindo um vídeo editado, não forneciam o contexto completo das declarações feitas por Marcão do Povo.
Recomendados para você
Segundo a relatora do processo, ministra Daniela Teixeira, o uso de material editado prejudicou a análise adequada do caso. A decisão, no entanto, provocou controvérsias, com diversos internautas expressando insatisfação nas redes sociais.
A cantora Ludmilla e sua equipe jurídica reagiram à decisão, anunciando a intenção de recorrer. Em nota oficial, a defesa da artista destacou que considera a sentença um retrocesso na luta contra o racismo no Brasil. “Confiamos que o colegiado reverterá a decisão, julgando a conduta do acusado criminosa e preconceituosa, impedindo, assim, um imenso retrocesso para a luta contra o racismo no País”, declarou a equipe jurídica.
Nas redes sociais, especialmente no X (antigo Twitter), a hashtag “Justiça por Ludmilla” ganhou força, com milhares de usuários criticando a absolvição de Marcão do Povo.
Muitos classificaram a decisão como um exemplo de impunidade em casos de discriminação racial no Brasil. As manifestações incluíram pedidos por mudanças estruturais e um clamor por maior rigor nas punições a atos considerados racistas.
A decisão do STJ não encerra a controvérsia. Enquanto Ludmilla e sua equipe trabalham para reverter a sentença, o caso reforça o debate sobre a urgência de avanços na luta contra o racismo no País. A repercussão do episódio evidencia uma crescente mobilização social por igualdade e justiça em casos de discriminação.