Nayara Macedo, conhecida nas redes sociais como Any Awuada, foi transferida de prisão após gravar um vídeo expondo a situação precária da cela em que estava detida. A influenciadora e sua mãe, Angela Macedo, estavam na Cadeia Pública localizada na Delegacia Central de Itaquaquecetuba. Após depoimento prestado na quarta-feira (29) no 31º Distrito Policial da Vila Carrão, Nayara foi levada para a Cadeia Pública do 6º Distrito Policial de São Paulo, no Cambuci.
Condições da prisão e transferência
Em nota enviada à Quem, a equipe jurídica de Nayara informou que sua cliente estava presa em uma cela "desumana" e sem "o mínimo da dignidade humana". "A transferência faz parte dos procedimentos eleitos pela Autoridade Policial, em especial, pela colheita de depoimentos, não sendo nenhuma regalia ou tratamentos diferenciais em razão do status de influenciadora", afirmaram as advogadas Sabrina Blaustein e Victoria Ramalho, representantes de Any.
Os detalhes da investigação seguem sob segredo de Justiça. A defesa de Nayara tentou ter acesso aos autos, mas não obteve sucesso. A juíza responsável pelo caso negou o pedido das advogadas, alegando que "a liberação de acesso dos autos para a Defesa poderia atrapalhar as investigações em curso".
A equipe jurídica da influenciadora também tentou a revogação da prisão temporária, estabelecida em um período de 30 dias de detenção em regime fechado, ou a substituição para prisão domiciliar. As advogadas alegaram no pedido que Any está grávida e tem uma filha de 2 anos, mas a solicitação foi negada. "Na decisão, a juíza afirma que não havia provas de que ela não estava recebendo os cuidados que necessitava no estabelecimento prisional (Delegacia Itaquaquecetuba), apesar dos documentos juntados comprobatórios da infecção urinária, e informações sobre as condições desumanas", informou a defesa da influenciadora. Há ainda um Habeas Corpus pendente de julgamento.
As representantes da influenciadora também se manifestaram sobre o vídeo gravado de dentro da prisão, no qual Nayara e outras detentas mostram as condições da cela. As advogadas negaram que sua cliente esteja usando celular na prisão. "Importante esclarecer que, em Cadeias Públicas, localizadas geralmente nos interiores de Delegacias, o controle de acesso de advogados, familiares e visitas são completamente diferentes do controle de acesso que ocorre em [outras] unidades", disseram em nota. "Contudo, o que espanta, não é o fato da utilização de celular para gravar o ambiente, mas o ambiente que aquelas mulheres estavam expostas, frisa-se o celular não era de Nayara e as imagens não foram gravadas por ela, conforme evidenciado no vídeo."
No vídeo, as reclamações de Any e das outras detentas são diversas. Elas relataram, por exemplo, que há celas com cerca de 15 pessoas, sem torneira ou chuveiro funcional. As detentas também afirmaram que a privada é um "penico de concreto" e que precisam conviver com animais como ratos e baratas. A Quem procurou previamente a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) para entender como o vídeo foi feito dentro da prisão, mas não obteve retorno.
Durante o período em que esteve presa em Itaquaquecetuba, Any contraiu uma infecção urinária e precisou ser hospitalizada. Ela também escreveu uma carta na qual alegou inocência: "Eu só comprei perfumes de uma pessoa e REVENDI, honestamente, eu só tinha um sonho e jogaram eu GRÁVIDA, minha mãe e minha amiga numa cela. Ninguém veio me ver. Por favor, orem por nós".
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Prisão e acusações de falsificação
A influenciadora foi presa em Mogi das Cruzes, no interior de São Paulo, por suspeita de integrar um esquema de falsificação e venda de cosméticos e perfumes adulterados que comercializava nas redes sociais. Além de Any, outras duas mulheres foram presas temporariamente na mesma região.
"As investigações tiveram início após uma mulher registrar boletim de ocorrência em agosto de 2023 relatando ter comprado perfumes importados pelo valor de R$ 857,90, mas, ao receber os produtos, constatou que eram falsificados. A perícia confirmou a presença de substâncias como metanol e etanol em concentrações fora dos padrões estabelecidos pela Anvisa, além da ausência de registro junto à agência reguladora", informou a SSP-SP na ocasião.
Durante a operação, foram apreendidos cosméticos de marcas conhecidas e um veículo Audi Q3 avaliado em aproximadamente R$ 150 mil. "As movimentações bancárias das investigadas também levantaram suspeitas: uma delas teria movimentado mais de R$ 1,2 milhão, enquanto as outras movimentaram R$ 600 mil e R$ 300 mil, respectivamente. As investigações seguem pelo 31º DP, que prossegue com diligências para reunir mais provas e esclarecer a extensão das atividades criminosas."
Envolvimento com Neymar
Nayara ficou conhecida após a divulgação dos bastidores de uma festa particular em Araçoiaba, interior de São Paulo. Neymar teria participado do evento, e seu helicóptero foi fotografado na chácara que reuniu mulheres e amigos do jogador.
Após a repercussão, Any declarou ter tido relações sexuais com o jogador do Santos F.C. durante o evento. O atleta, por sua vez, negou ter comparecido à festa e, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que seu helicóptero estava no local por ter sido emprestado a amigos e familiares.
Posteriormente, após Neymar ser acusado de trair Bruna Biancardi, que espera sua segunda filha com o jogador, Any afirmou estar grávida e deu a entender que o pai poderia ser o jogador, mas essa informação não foi comprovada.
