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Despedida de Francisco Cuoco: Velório aberto ao público marca o adeus ao ícone da teledramaturgia

Francisco Cuoco faleceu na última quinta-feira (19), aos 91 anos devido a uma falência múltipla de órgãos.

Familiares, amigos e fãs se despedem nesta sexta-feira, 20 de junho de 2025, do ator Francisco Cuoco, que faleceu aos 91 anos na manhã de quinta-feira, 19 de junho de 2025, em São Paulo, por falência múltipla dos órgãos. O velório acontece no Funeral Home, na Bela Vista, em São Paulo, com acesso aberto ao público. O sepultamento está marcado para as 16h, em cerimônia reservada a familiares e amigos, com local ainda não divulgado.

Vida e carreira de um ator consagrado

Cuoco estava internado havia cerca de 20 dias no Hospital Israelita Albert Einstein, também na capital paulista, enfrentando complicações de saúde relacionadas à idade. Considerado um dos maiores nomes da teledramaturgia brasileira, ele deixa três filhos — Tatiana, Rodrigo e Diogo — e netos.

Paulista, Cuoco era filho de um imigrante italiano, o feirante Leopoldo, e da dona de casa Antonieta. O casal, que tinha ainda uma menina, Grácia, era muito humilde, e o ator trabalhava com o pai na feira durante o dia. À noite, estudava e tinha planos de se tornar advogado. O interesse pela interpretação surgiu ainda na infância, ao observar circos mambembes que se instalavam no terreno baldio em frente à casa da família, no bairro do Brás. Encantado pelo que via, o menino fazia pequenas encenações e sonhava com o mundo do cinema.

Cuoco pensava em estudar Direito, mas optou por ingressar na Escola de Arte Dramática de São Paulo, onde permaneceu por quatro anos. Ele integrou o Teatro Brasileiro de Comédia e o Teatro dos Sete, duas companhias importantes que foram fundamentais para o teatro brasileiro. No palco, ele interpretou Werneck, em "O Beijo no Asfalto" (1961), de Nelson Rodrigues. Premiado em 1964 como melhor ator coadjuvante na peça "Boeing-boeing" pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), Cuoco estreou na televisão no Grande Teatro Tupi, onde peças de prestígio eram apresentadas ao público da extinta TV Tupi.

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Imagem francisco-cuoco
Francisco Cuoco, falecido aos 91 anos | Reprodução: Internet

Relacionamentos e grandes sucessos na TV

Nessa época, entre 1960 e 1964, Cuoco foi casado com a atriz Carminha Brandão, 12 anos mais velha que ele. Em 1966, casou-se com Gina Rodrigues, mãe de seus filhos, em uma união que terminou amigavelmente em 1984. De 2014 a 2017, ele se relacionou com a estilista Thaís Almeida, 53 anos mais jovem. Gina acompanhou o auge da carreira do ator, que brilhou na TV em obras como "Marcados Pelo Amor" (1964), "Redenção" (1966), "Legião dos Esquecidos" (1968), "Assim na Terra Como no Céu" (1970), seu primeiro trabalho na Globo, "O Cafona" (1971) e "Selva de Pedra" (1972).

Nesta última, ele fez parceria com Regina Duarte, com quem também esteve em "Legião dos Esquecidos" e "Sétimo Sentido" (1982). A dupla foi uma das mais populares, quando a atriz era, então, a "Namoradinha do Brasil". Cuoco interpretou Roque Santeiro na versão da novela censurada em 1975, e, no mesmo ano, fez um dos personagens mais icônicos de sua carreira: Carlão, o taxista de "Pecado Capital".

Foi no remake da trama, em 1998, que Cuoco teve um desentendimento com Carolina Ferraz. Os dois formavam um triângulo amoroso com Eduardo Moscovis, mas brigaram. Em entrevista concedida quando tinha 65 anos, ele afirmou que a atriz, então com 30, recusou-se a beijá-lo. "Ele pediu desculpas depois, disse que eu era excelente profissional. Não tenho o que comentar, só tenho respeito pelo Cuoco. Essas coisas que acontecem no ambiente de trabalho, às vezes saem de lá (...). Depois trabalhamos juntos, fizemos o remake do O Astro (2011) e a gente se deu muito bem, isso já foi superado, é passado", afirmou Carolina à revista Veja Rio.

Cinema e Últimos Trabalhos

No cinema, que era seu sonho desde a época de feirante, Cuoco atuou menos. Esteve em "Grande Sertão" (1968), "Traição" (1998) e "Gêmeas" (1999), e trabalhou com Renato Aragão em "Um Anjo Trapalhão" (2000) e "Didi - O Caçador de Tesouros" (2006). Em 2005, fez "Cafundó" ao lado de Lázaro Ramos e em 2015 encerrou os trabalhos no teatro com "Real Beleza" (2015).

Os sucessos de Cuoco na televisão foram muitos, em tramas como "O Astro" (1977), "Feijão Maravilha" (1979), "Eu Prometo" (1983), "O Outro" (1987), "O Salvador da Pátria" (1989). Os papéis de protagonismo foram diminuindo, mas o ator continuou ativo e esteve em "Cobras & Lagartos" (2008), "Passione" (2010), "O Astro" (2011) e "Sol Nascente" (2016). Seus últimos trabalhos na TV foram participações, como em "Salve-se quem Puder" (2020) e "No Corre" (2023).

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