A brasileira Ana Marcela Cunha, campeã olímpica em Tóquio, concluiu a maratona aquática de Paris, realizada no Rio Sena, fora do pódio. Com um tempo de 2h04m15s7, Ana Marcela terminou na quarta colocação, a 33.1 segundos do bronze.
O ouro foi conquistado pela holandesa Sharon van Rouwendaal, campeã dos Jogos Rio 2016, com um tempo de 2h03m34s2, após assumir a liderança nos instantes finais da prova. A prata ficou com a australiana Moesha Johnson, que completou a prova em 2h03m39s7, enquanto a italiana Ginevra Tadeucci levou o bronze, com 2h03m42s8.
Viviane Jungblut, outra representante brasileira, finalizou a prova na 11ª posição, com o tempo de 2h06m15s8. Esta foi sua segunda Olimpíada, mas a estreia na maratona aquática, já que em Tóquio 2020 ela competiu nas provas de 800m e 1500m na natação.
A maratona aquática, com uma distância de 10 km, foi marcada por controvérsias devido aos níveis de poluição no Rio Sena, que resultaram no cancelamento de treinos abertos. Esta foi a última prova das brasileiras na Olimpíada de Paris, encerrando sua participação nos Jogos.
Ana Marcela, visivelmente emocionada após a prova, refletiu sobre o desafio de ficar fora do pódio por uma posição, mas também celebrou sua recuperação pessoal e esportiva. "Um quarto lugar é um abismo muito grande entre ter uma medalha e não ter. Em 2008, quando fui quinta, não doeu tanto quanto agora. Mas um ano e meio atrás, eu estava passando por uma cirurgia, e um ano atrás, eu quis desistir da natação. Ter nadado a seletiva em Fukuoka e competido aqui já é uma vitória. Estou feliz por ter voltado a me encontrar e estar feliz novamente na natação."
Ana Marcela também destacou o apoio de sua família e sua decisão de mudar o programa de treinamento, mudando-se para a Itália em busca de melhores resultados. "Eu cheguei ao meu limite no esporte. Não estava mais feliz, não me encontrava mais na natação. Mas graças ao apoio da minha família, consegui seguir em frente. Não somos máquinas, somos seres humanos, e chega uma hora que a gente cansa."
Ao final, a nadadora expressou sua vontade de seguir em frente, sem prometer nada para Los Angeles, mas com a intenção de competir na Copa do Mundo. "Tenho 32 anos, uma bagagem muito grande, muitas conquistas, e agora é ver o que farei daqui para frente. Óbvio que queria demais essa medalha, mas preciso manter a cabeça erguida."