A Meta lançou no dia 23 de Julho o Llama 3.1, seu mais avançado modelo de inteligência artificial generativa. Este é o primeiro large language model de código aberto e gratuito a competir diretamente com o ChatGPT.
Com até 405 bilhões de parâmetros em sua versão mais poderosa, o Llama 3.1 é o maior modelo de linguagem open source de IA generativa já criado. Diferente das concorrentes, a Meta optou por um sistema de código aberto para disputar a liderança em IA. Mark Zuckerberg, fundador e CEO da Meta, comparou a estratégia com a importância histórica do Linux no desenvolvimento da computação, acreditando que o código aberto poderá ter um papel semelhante na inteligência artificial.
“O Linux, de código aberto, ganhou popularidade por ser gratuito e permitir modificações pelos desenvolvedores. Com o tempo, tornou-se mais avançado e seguro,” disse Zuckerberg. “Hoje, ele é o padrão de referência para computação em nuvem e sistemas operacionais de celulares. Acredito que a IA será desenvolvida da mesma maneira.”
O investimento na criação do Llama 3.1 não foi divulgado, mas especialistas estimam custos de centenas de milhões de dólares, incluindo o uso de 16.000 GPUs H100 da Nvidia. A Meta espera que seu modelo gratuito desbanque a liderança da OpenAI, cujo ChatGPT tem mais de 100 milhões de usuários.
Segundo a Meta, o Llama 3.1 oferece desempenho similar ao GPT-4, com custos operacionais pela metade. Ao contrário da OpenAI, Anthropic e Google, que vendem licenças para acesso a seus modelos, a Meta terá receitas indiretas por meio de parcerias comerciais e serviços de nuvem.
A Meta acredita que um modelo aberto e gratuito incentivará o aprimoramento da IA, atraindo mais desenvolvedores e reduzindo custos. “A partir do próximo ano, esperamos que os modelos do Llama sejam os mais avançados da indústria,” escreveu Zuckerberg.
O Llama 3.1 estará disponível para desenvolvedores brasileiros, mas o lançamento no Brasil será adiado devido a "inseguranças regulatórias locais." A Meta enfrenta investigações da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), CADE e Secretaria Nacional do Consumidor por suposto desrespeito à Lei Geral de Proteção de Dados e ao Código do Consumidor.
A empresa enfrenta contratempos semelhantes na União Europeia, onde suas ferramentas de IA também não foram lançadas ainda.