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“Volta o sentimento”; Curitibana relembra que foi abandonada no vulcão na Indonésia onde Juliana Marins faleceu

Carol Moreno, empresária que subiu o Monte Rinjani, conta os perrengues do local onde a publicitária Juliana Marins faleceu

Há exatos 11 anos, a empreendedora Carol Moreno, de Curitiba, se viu numa situação desesperadora ao ser deixada para trás por guias durante a trilha do Monte Rinjani, em Lombok, mesmo lugar na Indonésia onde Juliana Marins faleceu. A empresária curitibana relatou que o seu percurso foi o mesmo de Juliana durante sua viagem pela Ásia, em 2014. Ela explica que, já naquela época, a falta de estrutura e de orientação já era evidente.

Brasileira deixada para trás na Indonésia em 2014, fala sobre sua experiência

“Volta o sentimento, a sensação daquele dia. Pensar que isso pode acontecer com qualquer um, né? Você contrata uma agência, está indo com guia, e de repente, te largam lá”, disse ela ao falar da morte de Juliana Marins.

Ao lembrar do contrato firmado pela agência responsável pela ilha, Carol afirma que não tinham equipamentos ideais, como roupas apropriadas ou tênis específico para fazer a trilha.

“A orientação da agência foi que era até melhor tênis liso do que tênis de caminhada, porque ele é pesado. Eles ficaram me tranquilizando para vender, o importante era vender. Uma orientação bem superficial sobre o nível de dificuldades e sobre os equipamentos necessários".

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Imagem Juliana
Foto: Juliana Marins - Reprodução/Internet

Trilha de três dias

A curitibana relembra que seu grupo era formado por oito pessoas e que, durante os três dias de trilha, enfrentaram uma subida com dois mil metros de desnível sob o calor, visitaram uma cratera onde era possível nadar, que para ela teria sido o dia mais tranquilo. Depois subiram mais 609 metros de desnível até o local do acampamento.

Carol lembra que existem partes tranquilas. Após chegarem ao acampamento, dormiram cedo para retornarem à ilha pela madrugada para dar tempo de ver o nascer do sol. “Choveu à noite, molhou tudo, dormi mal. A gente acordou e o guia disse: ‘vamos andar’, sem nos dar uma comidinha ou nada para dar uma energizada. Eu fiquei muito dependente deles e foi só o que eles ofereceram. A gente teve que subir com frio, com fome, com sono, cansado, tudo errado".

Carol diz que recebeu dos guias um cajado e uma lanterna para ajudá-la a ver trechos perigosos. Mesmo com o auxílio, teve dificuldades e foi deixada para trás pelo guia, que seguiu adiante com o restante do grupo. Mesmo com o susto, finalizou a trilha sem ferimentos. “E aí você começa a ficar em desespero, porque você está lá e não vai. Eu sentia que eu dava um passo para frente e voltava dois. E aí você, sozinho, com frio, com fome, tremendo, com raiva”, relatou.

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