Brasileiros criam técnica com pele de tilápia que trata lesões graves de córnea em cães e gatos

Essa pesquisa é importante principalmente para os cães como buldogues, pugs e shih-tzus, que possuem uma vulnerabilidade maior

Com o passar dos anos, novas descobertas vêm sendo feitas em diferentes áreas e setores. Pesquisadores do Núcleo de Produção e Desenvolvimento de Medicamentos da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (NPDM-UFC) desenvolveram um recurso que pode ajudar os cachorros que possuem problemas de visão.

Desta vez, foi desenvolvido um enxerto que utiliza um biotecido originado da pele de tilápia-do-nilo para a recuperação em cachorros portadores de úlceras ou lesões graves de córnea. De acordo com os pesquisadores envolvidos no estudo, a técnica cirúrgica usa uma membrana rica em colágeno, substância que ajuda na reparação celular. Ela é utilizada como curativo no período pós-cirúrgico.

Esse projeto é importante principalmente para os cães braquicéfalos, que costumam ter o focinho mais achatado e olhos maiores (como buldogues, pugs e shih-tzus), que são considerados animais mais propensos a sofrerem lesões de córnea.

Tilápia - Foto: Pixabay

Resultado da pesquisa

Mirza Melo, principal responsável pela pesquisa, revelou que mais de 400 cães já foram recuperados com o uso dessa nova técnica. A tendência é que a ferramenta se desenvolva ainda mais para aumentar o número de animais atendidos. 

A membrana, tecnicamente uma matriz dérmica acelular, funciona como um arcabouço, protegendo a córnea e estimulando a produção celular nas áreas afetadas. Ela vai liberando colágeno e depois é absorvida pelo organismo", explicou a especialista.

Gato e cachorro - Foto: Pixabay

A pesquisadora também contou que a produção do biotecido exige um longo processo em laboratório para remover escamas e outras células da pele do peixe, e assim, trazer benefícios para os animais com problemas na visão. Cabe destacar que esse recurso possui baixo custo de fabricação, já que a tilápia é um peixe comumente cultivado no país.

Testes em humanos

A pesquisa foi feita em 60 cães com lesões de córnea. Os resultados positivos levaram os pesquisadores a estudarem a aplicação em humanos, além de uma outra vertente que estuda a utilização do recurso em cirurgias cranianas. No entanto, serão realizados novos testes.

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