Bebês reborn vêm fazendo sucesso entre os assuntos mais comentados nas últimas semanas nas redes sociais no Brasil. Há alguns brasileiros que acreditem que essas bonecas façam mal para a saúde financeira e até psicológica, mas há outros que pensam o contrário. A psicóloga e professora Desirée Cassado, de Sorocaba (SP), afirmou que esses bebês podem trazer benefícios terapêuticos para os donos.
A especialista entende que a prática de brincar ou colecionar bonecas - especialmente se forem feitas com o realismo das reborn - pode servir como um refúgio para quem possui algum tipo de trauma, além de promover atividades benéficas para a saúde.
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“A primeira coisa que me ocorre é: por que a brincadeira feminina incomoda tanto? Quando uma mulher adulta se dedica ao cuidado de uma boneca, a reação coletiva parece ser de escárnio ou suspeita. Quando um homem adulto se dedica a videogames ou a se fantasiar de Jedi [de 'Star Wars'], colecionar carrinhos de controle remoto, tênis de marca ou sabres de luz, ninguém se pergunta se ele precisa de ajuda”, começou.
A psicóloga também destacou que apesar de algumas pessoas estarem criticando e julgando outros indivíduos por causa dos bebês reborn, esses objetos possuem funções terapêuticas que podem ser importantes para os donos.
"Nosso papel, como sociedade e como profissionais da saúde mental, não é julgar o comportamento em si, mas entender o que ele comunica e como ele se encaixa, ou não, na vida daquela pessoa”, explicou a especialista.
Interferências
Desirée falou ainda que só deve se interferir nesse assunto quando houver alguma necessidade de saúde: “Só há motivo para intervenção quando se transforma em sofrimento. Fora isso, talvez seja só mais uma forma de elaborar o mundo, como tantas outras".
"Quanto às bonecas reborn, o realismo pode ser fascinante para algumas crianças, mas o mais importante é a liberdade da brincadeira. Se a boneca é um bebê reborn ou uma de pano com um olho faltando, tanto faz. O que conta é o que a criança faz com aquilo. É o espaço de imaginação, não o realismo do objeto, que promove o desenvolvimento emocional”, concluiu.